ORGULHO DE FAZER PARTE DISSO

Há tempos que se sabe que não é só a questão da remuneração que se leva em conta na hora de se aceitar ou não um trabalho. É claro que isso é importante e deve ser avaliado, mas o que estou querendo dizer é que não é só essa questão a ser considerada na hora de se aceitar e/ou manter um emprego.

Grandes empresas sempre saem em listas intituladas como “melhores empresas para se trabalhar”. E isso por quê? Porque as pessoas gostam de trabalhar lá e sentem orgulho da corporação.

Advogado, veja bem. Não quero com isso comparar uma estrutura de uma multinacional com seu escritório. É claro que isso não convém. No entanto, você não pode esquecer que seu escritório nada mais é do que uma empresa que presta serviços jurídicos e que seus profissionais devem, ao menos em tese, gostar de trabalhar aí.

Mas quais os fatores que levam uma pessoa a dizer: “tenho orgulho de trabalhar nesta empresa”?

Vamos a alguns pontos:

• Liderança: a liderança deve estar alinhada em todos os níveis da organização, do estratégico ao operacional. A confiança deve ser a base da relação entre líderes e liderados, aplicando regras de maneira justa e favorecendo o engajamento entre sua equipe de trabalho, pois quando colaboradores têm desafios comuns e podem participar disso conjuntamente, acabam por engajar-se nesse entusiasmo.
• Satisfação: as pessoas passam mais tempo em seus ambientes de trabalho que em suas próprias casas. O orgulho diz respeito ao prazer de trabalhar na empresa. Gostar do que faz, sentir-se à vontade para trabalhar e ir além. Enxergar um significado nas coisas que fazem é se identificar orgulhosamente com a organização e seu trabalho.
• Oportunidades: apostar no crescimento e aperfeiçoamento de seus colaboradores, promover treinamentos e celebrar resultados são práticas positivas para os relacionamentos no ambiente corporativo. Dar liberdade para desenvolver tarefas e receber o reconhecimento e valorização por um trabalho bem executado é essencial ao funcionário.
• Diretrizes organizacionais: visão, missão, valores, objetivos e metas da empresa devem estar bem definidos, devendo, dessa forma, haver compatibilidade entre objetivos individuais e organizacionais, pois a identidade pessoal acaba se entrelaçando a vida da empresa.

Em se tratando do segmento jurídico, ainda não existe uma pesquisa formal sobre o assunto. O que, talvez, chegue mais próximo a isso é a pesquisa anual da Análise Editorial, que conduz todo ano uma pesquisa detalhada com maiores empresas-clientes e, a partir disso, cria-se o anuário Análise Advocacia 500 que elege os escritórios e advogados mais admirados do Brasil, sempre pelo ponto de vista do cliente.

De forma alguma, desabono o trabalho citado acima. Acho muito válido saber o que seus clientes pensam sobre você, aliás, acho fundamental. Porém, é de suma importância conhecer o outro lado: o que seus clientes internos (sua equipe de trabalho) pensam e como se sentem.

Mesmo que a critério de curiosidade, você não gostaria de saber quem de sua equipe, quando olha para seu escritório, pensa: “tenho orgulho de fazer parte disto”?

Larissa Silveira

Larissa Silveira é analista de RH da Inrise Consultoria e atua no recrutamento e seleção de profissionais, bem como, no estudo de reestruturação organizacional de empresas e escritórios jurídicos.